O segundo dia do VIII Seminário Nacional em Acreditação
Internacional, realizado pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), em São
Paulo, no mês de novembro, foi marcado pela discussão em torno dos benefícios
da acreditação internacional.
Bernardete Weber, superintendente de Qualidade e Responsabilidade
Social do Hospital do Coração (SP), disse que a acreditação da Joint Commission
International proporcionou ao HCor melhoria de seus processos e maior garantia
na prestação do cuidado do paciente. A satisfação dos colaboradores também é monitorada
através de pesquisa sobre cultura e atitude de segurança. De acordo com
Bernardete, o maior impacto da acreditação hospitalar é em relação a área de
gestão de processos. Aliás, a superintendente destacou as contribuições da
organização dos processos para a melhoria dos resultados dos programas de
cuidados clínicos do hospital. Segundo ela, a taxa de mortalidade por
Insuficiência Cardíaca, antes e após a implementação do programa no HCor,
diminuiu cerca de três pontos percentuais em relação ao Índice de Referência
Brasileiro, nos últimos cinco anos.
Flávio Bitter, diretor técnico da Bradesco Saúde, também
reforçou que “a acreditação é um vetor de transformação dos processos
operacionais”. Disse que 87 ações de melhorias foram implementadas e monitoradas
pela Comissão de Qualidade da seguradora, primeira a obter a acreditação no
país.
Capital
humano
Os fatores motivação e retenção profissional também foram
abordados no Seminário, por Cleusa Ramos Enck, superintendente de Recursos
Humanos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (SP), e por Fernanda Freitas de Paula
Lopes, Gerente Executiva do Hospital Geral de Itapecerica da Serra (SP).
Cleusa ressalta que a satisfação do profissional é de
suma importância para o cumprimento da missão institucional: “Ser preciso e
humano para garantir a melhor experiência e resultado em saúde para o
paciente”. Por isso, a superintendente diz que a instituição se preocupa com o
bem-estar, capacitação e aprimoramento técnico das pessoas, o que fomenta uma
cultura mais colaborativa. Ela destaca o engajamento como uma condição
fundamental para a participação e o envolvimento do profissional com a gestão.
“Isso só é possível por meio de processos educativos contínuos”, assegura. A
superintendente aponta ainda que esse engajamento foi fundamental para o
sucesso do Programa Paciente Seguro, sendo os colaboradores avaliados por sua
participação no mesmo. Cleusa Enck destaca ainda que é papel da liderança
“fomentar, com sucesso, a participação dos colaboradores no processo de
melhorias operacionais”.
Fernanda de Freitas Paula Lopes, Gerente Executiva do
Hospital Geral de Itapecerica da Serra (HGIS), hospital público de São Paulo,
destacou que é fundamental estabelecer claramente o papel da liderança dentro
da estrutura hospitalar. Ela apontou que o bom líder deve ser ter uma escuta
qualificada, ser uma ponte de ligação entre as pessoas e à organização e ter
uma atuação ativa nas tomadas de decisões. De acordo com a gerente, a direção
do HGIS definiu em seu planejamento estratégico ações para desenvolver uma
força de trabalho qualificada, comprometida e motivada, buscando atrair e reter
profissionais. O resultado das atividades implementadas foi refletido na
pesquisa de clima organizacional, que revelou que os colaboradores são
comprometidos, a equipe integrada e lideranças engajadas. Os reflexos também
estão nos índices de turn over e absenteísmo. Na série histórica, o turn over
passou de 3,7%, em 2013, para 2,3% em 2016, e o de absenteísmo, baixou de 3,8%
para 3,1% em três anos.
Tecnologia
Paulino de Souza Neto, da Identhis, empresa parceira do
CBA, apresentou uma tecnologia que auxilia instituições de saúde a gerenciarem
processos seguros. O palestrante apresentou exemplos de como a Tecnologia da
Informação pode colaborar para qualidade e segurança nas instituições de saúde.
Neto mostrou um sistema tecnológico para realização do time out no centro
cirúrgico, evitando evento sentinela. Há também software de gestão para controle da
temperatura de geladeiras no ambiente hospitalar e controle de higienização das
mãos, que é feito através de um sensor acoplado a identidade funcional. O
sensor consegue monitorar o tempo que o colaborador fica próximo aos pontos
onde há dispenser
e, com isso, saber se o profissional higienizou as mãos, e de forma correta.